Acompanhem.
Lidando com Lesões nos Isquiotibiais
Para começar a entender as lesões nos isquiotibiais, precisamos voltar à ideia (de Shirley Sahrmann) de que:
“Quando um músculo está lesionado, olhe para o sinergista que está fraco ou inibido”.
A chave para entender distensões nos isquiotibiais é perceber que os isquiotibiais não são o problema. Muito frequentemente, distensões nos isquiotibiais serão o resultado de progressão inadequada de treinamento (não obedecer a regra dos 10% no trabalho de condicionamento físico ou velocidade) ou pouca força nos glúteos.
A prioridade número 1 na reabilitação dos isquiotibiais é atacar os glúteos.
Pontes, elevações de quadril, agachamentos, levantamentos terra, etc. são fundamentais na reabilitação dos ísquios. Torne o principal músculo dominante (os glúteos). Lembre-se que os isquiotibiais são um extensor de quadril secundário.
De fato, o grupo dos isquiotibiais é o terceiro extensor de quadril mais potente, atrás do glúteo máximo e adutor magno. Se os glúteos não são ativados, os isquiotibiais serão forçados a assumir o seu papel, sendo sobrecarregados, e irão estirar.
Uma reabilitação míope será focada nos isquiotibiais, com exercícios tolos de cadeia aberta como flexão de joelho (N.T: Normalmente nós vemos este exercício em máquinas: em pé, sentado ou deitado, que é o mais comum – a velha mesa flexora). O resultado final normalmente será outra distensão.
Para a reabilitação dos isquiotibiais, é preciso entender suas 3 funções. Como mencionado acima, os ísquios trabalham em conjunto com o glúteo máximo e o adutor magno para estender o quadril. Com a finalidade de abordar a função extensora precisamos incluir exercícios como levantamentos terra unilaterais.
Além disso, para estender o quadril os isquiotibiais também atuam excentricamente, a fim de resistir à extensão da perna na corrida. Para visualizar essa função, pense no músculo agindo como um freio para controlar a extensão da perna enquanto corremos. Sem a função excêntrica apropriada dos isquiotibiais, correríamos como um grande tambor, com nossas pernas voando em extensão.
A flexão de joelho no slide
e eventualmente o glute ham raise (N.T: Não sei qual seria a tradução do nome deste exercício)
fazem um excelente trabalho lidando com a força excêntrica do músculo. É importante enfatizar que flexões de joelho em base pronada
e flexões de joelho no slide têm muito pouco em comum. Em minha mente, flexão de joelho em base pronada é um exercício não-funcional inútil que fortalece o músculo que muitas vezes não é fraco para começar. Por outro lado, a flexão de joelho no slide força o grupo flexor do joelho a trabalhar excentricamente para controlar extensão da perna e concentricamente para criar flexão de joelho.
O papel concêntrico de flexor de joelho é o menos útil dos 3 papéis dos isquiotibiais, mas é o papel em que os fisioterapeutas e treinadores mais se concentram. A flexão de joelho no slide também cumpre esse papel, mas é um exercício de cadeia fechada com um elemento de força de reação do solo, algo que falta na versão pronada.
Por último, mas não menos importante, observe seu programa de corrida/velocidade. É importante acompanhar de perto o volume de trabalho em sprints e no condicionamento físico. Aumentar repetidamente o volume mais do que 20%, é outra causa de distensões nos isquiotibiais. Extensores (do quadril) fortes podem falhar se expostos à programas de treinamento ruins. Mantenha sprints curtos inicialmente (5–10m) e com baixo volume (5 a 6). Gradualmente exponha os extensores à maiores distâncias, enquanto mantém o volume aproximadamente igual. Nós fazemos 5 a 6 sprints curtos 2X por semana, gradualmente aumentando a intensidade.
O mesmo se aplica ao condicionamento físico. Embora aqui o volume aumente, não deixe de acompanhar este volume e olhe o percentual de aumento na metragem total a cada semana. Um aumento de 10% é o ideal, mas nunca mais de 20%.
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