quinta-feira, 22 de julho de 2010

Biomecânica das Mudanças Diurnas na Coluna

Este é um pequeno trecho do excelente livro de uma das maiores autoridades mundiais em se tratando de coluna lombar, o canadense Dr. Stuart McGill. O livro chama-se Low Back Disorders: Evidence-Based Prevention and Rehabilitation (N.T: ainda sem tradução em português). Posto esse texto principalmente porque podemos tirar uma lição prática e aplicar em nossos atletas, alunos ou pacientes que tenham sintomas de dores na coluna lombar.
Leiam!

Biomecânica das Mudanças Diurnas na Coluna
Stuart McGill


Muitas pessoas já tiveram a experiência de tirar as meias facilmente à noite, comparado a colocá-las pela manhã. A variação diurna no comprimento da coluna (a coluna sendo maior após uma noite de sono), junto com sua habilidade de flexão, tem sido bem documentada. Reilly, Tynell, e Troup (1984) mediram perdas na estatura, na posição sentada, de até 19 mm durante o dia. Eles também constataram que 54% desta perda ocorriam nos primeiros 30 minutos após levantar da cama. Através do dia, a pressão hidrostática (N.T: pressão sofrida pelo líquido no núcleo do disco, pelas estruturas que se encontram acima) causam uma saída do líquido de dentro do disco intervertebral, resultando no estreitamento do espaço entre as vértebras, que por sua vez reduz a tensão nos ligamentos. Quando uma pessoa deita para dormir à noite, a pressão osmótica no núcleo do disco (N.T: No caso do núcleo do disco intervertebral ocorre uma pressão osmótica negativa, fazendo com que este absorva líquido. Acredita-se que o disco possa absorver até 9 vezes o seu volume de líquido) excede a pressão hidrostática, fazendo com que o disco expanda. Adams, Dolan e Hutton (1987) notaram que a amplitude de movimento da flexão lombar aumenta de 5 a 6º através do dia. O conteúdo de líquido aumentado após se levantar da cama, faz com que a coluna lombar seja mais resistente à flexão, enquanto a musculatura parece não compensar a restrição da amplitude de flexão. Adams e colegas estimaram que o stress de flexão do disco aumentava em 300% e o stress nos ligamentos em 80% pela parte da manhã comparada ao período da tarde; eles concluíram que existe um risco aumentado de lesão à esses tecidos durante a flexão da coluna de manhã cedo. Recentemente, Snook et all (1998) demonstraram que simplesmente evitar flexão completa da coluna lombar pela manhã, reduz sintomas nas costas. Nós estamos começando a entender este mecanismo.

5 comentários:

  1. Isso mesmo, Caro Professor, sem contar que as dores lombares ainda são minimizadas quando as pessoas levantam corretamente da cama pela manhã, ou seja, fletindo os joelhos, rodando corpo lateralmente e se apoiando nos cotovelos.
    Um abraço!

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  2. Por isso as pessoas que possuem alguma disfunção na coluna lombar, geralmente acordam com aquela sensação de rigidez ao acordar.
    Ótimo texto Marcus!

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  3. Este é o ponto Giseli, cabe a nós profissionais envolvidos com a area da performance, fitness, reabilitação etc.. educarmos as pessoas, principalmente os q já sofrem de dores lombares.
    Armando, o mérito é do McGill, este livro dele é excelente. Consegui na internet, é só dar uma fuçada.

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  4. olá grande Marcus!
    coincidentemente estava lendo um artigo do próprio McGill de 2010 que explana exatamente sobre este assunto!! te enviarei por e-mail!
    um abraço!
    Costa

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  5. Mestre, estudos deste ano mostraram q a extensao da coluna (o metodo Mckenzie introduziu isso), pode aumentar a hidratação dos discos lombares , contrinuindo, eu disse "contribuindo", p/ diminuição dos sintomas.
    Abço
    Rodrigo

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