Aos que não leram as 2 primeiras partes, aí vão os links:
Notas em Anatomia Funcional - Parte 1.
Notas em Anatomia Funcional - Parte 2.
Um grande abraço a todos e espero que me perdoem a demora eterna em publicar, aproveito e agradeço as muitas manifestações de apreço que recebo, obrigado gurizada!
Notas Sobre Anatomia Funcional - Parte
3
Marcus Lima
Fibular Longo:
Implicações:
- Normalmente
rígidos/sobrecarregados juntamente com o gastrocnêmio/sóleo. Os flexores
plantares normalmente são sobrecarregados, pensar em quantos passos são dados diariamente
(ou corridas, etc.) reforçando essa rigidez/atividade anormal.
- Desequilíbrio entre Flexores plantares x Dorsiflexores.
Problemas na perna podem causar problemas mais acima na cadeia cinética.
Gastrocnêmio/Sóleo:
Gastrocnêmio à esquerda e sóleo a direita
Função
Primária: Flexão plantar; flexão do joelho (gastrocnêmio). Ainda que sejam referidos normalmente em conjunto e tenham funções semelhantes, tem algumas funções diferentes (lembrar que só o gastrocnêmio cruza a articulação do joelho)
Implicações:
-
Desequilíbrio muscular na perna: gastrocnêmio/sóleo rígidos/sobrecarregados X
dorsiflexores (como o Tibial Anterior) fracos/inibidos.
Flexão plantar
- Pensar no item anterior, e na falta de mobilidade de tornozelo que vemos em grande parte das pessoas, ao prescrevermos exercícios para a perna (como os exercícios com foco na panturrilha, tão comuns em academias).
- Problemas na
panturrilha refletem em problemas como: tendinoses no tendão calcâneo, fasciite
plantar (Lembrar da Linha/Trilho Superficial Posterior - Thomas Myers: O conhecido conceito das continuidades de fáscia e/ou continuidades mecânicas interligando diferentes locais do corpo ao qual o Myers chama de trilhos, em uma analogia com linhas férreas. Poderíamos chamar também de cadeia posterior).
- Desequilíbrio entre Flexores plantares x Dorsiflexores. Problemas na perna podem causar problemas mais acima na cadeia cinética.
Gastrocnêmio à esquerda e sóleo a direita |
Flexão plantar |
Linha Superficial Posterior (da fáscia plantar até a fáscia do couro cabeludo) |
Oblíquo interno:
Função Primária: Flexão do tronco (ação
bilateral), rotação do tronco (ação unilateral em conjunto com o oblíquo
externo oposto).
Implicações:
- Recrutado mais para flexão do tronco
do que para retroversão da pelve.
Função Primária: Flexão do tronco (ação
bilateral), rotação do tronco (ação unilateral em conjunto com o oblíquo
externo oposto).
Implicações:
- Recrutado mais para flexão do tronco
do que para retroversão da pelve.
Transverso abdominal:
Função Primária: Expiração forçada,
“encolher a barriga” (abdominal hollowing) – aumento da pressão intra-abdominal.
Implicações:
- Ganhou muita fama como promotor da
saúde lombar no final da década de 90 e início da década de 2000 (provavelmente devido a um estudo de Paul Hodges e Carolyn Richardson, que demonstrou que indivíduos com dor lombar crônica tinham
atividade diminuída do transverso abdominal, mais precisamente um atraso na ativação, quando comparados a indivíduos saudáveis).
- Stuart McGill, conceituado pesquisador
canadense, advoga o uso de bracing (técnica de “enrijecer” a parede abdominal)
para ter um tronco estável ao realizar tarefas, com cargas pesadas
principalmente. Vejo muito uma combinação
de respiração diafragmática (aumentando a pressão intra-abdominal, como um
balão cheio de ar) + a técnica de bracing. O resultado (ao menos empiricamente)
é um tronco estável e apto a receber carga.
- A menos que haja alguma questão
específica, treinar o transverso é algo que não deveria nos preocupar.
Multífidos:
Função Primária: Estabilização segmentar (entre os segmentos vertebrais), propriocepção espinhal.
Implicações:
- Similar ao transverso abdominal, abordado anteriormente, em casos de dor lombar tendem a estar inibidos ou com atraso de ativação.
- A função proprioceptiva, talvez seja a mais importante, informando ao sistema nervoso central o que está ocorrendo na coluna.
Implicações:
- Tendem a estar fracos e com comprimento
muscular maior do que o normal (“alongado”) devido à anteversão pélvica.
- Fraqueza/inibição, leva a uma série de
problemas: estiramentos de adutores e isquiotibiais (estes 2 problemas
provavelmente ocorrem devido a uma dominância dos sinergistas, os auxiliares, na extensão
do quadril. O velho caso de: Se o Chefe-glúteo não faz seu trabalho os
Auxiliares-isquiotibiais-ou-adutores tomam a tarefa para si, e sobrecarregados
tendem a sofrer lesões). Dores lombares podem ter relação com fraqueza/inibição
do glúteo máximo (de novo, se o glúteo não faz o trabalho, provavelmente a
quantidade de extensão lombar aumenta em uma tentativa de compensar).
- Não basta somente ativar os músculos
(com progressões de pontes ou progressões em 4 apoios), estes músculos precisam
ser mais fortes também.
- Relação com a síndrome do deslizamento
anterior da cabeça femoral (impacto anterior no quadril). O glúteo, por ter
inserção direta no fêmur, tem papel importante em manter a cabeça do fêmur
contra o acetábulo, controlando uma rotação apropriada na articulação (um eixo
de rotação correto e equilibrado), puxando a cabeça do fêmur posteriormente. Se
por exemplo os isquiotibiais assumem o trabalho principal na extensão do
quadril, a alavanca produzida por eles faz com haja uma translação anterior da
cabeça do fêmur = impacto anterior no quadril = dor anterior no quadril (Essa é
uma teoria da fisioterapeuta Shirley Sahrmann, sugiro a leitura de seu livro: Diagnoses and Treatment of Movement Impairment Syndromes).
Espero não demorar tanto tempo para publicar a próxima...
Transverso abdominal:
Função Primária: Expiração forçada, “encolher a barriga” (abdominal hollowing) – aumento da pressão intra-abdominal.
Função Primária: Expiração forçada, “encolher a barriga” (abdominal hollowing) – aumento da pressão intra-abdominal.
Implicações:
- Ganhou muita fama como promotor da
saúde lombar no final da década de 90 e início da década de 2000 (provavelmente devido a um estudo de Paul Hodges e Carolyn Richardson, que demonstrou que indivíduos com dor lombar crônica tinham
atividade diminuída do transverso abdominal, mais precisamente um atraso na ativação, quando comparados a indivíduos saudáveis).
- Stuart McGill, conceituado pesquisador
canadense, advoga o uso de bracing (técnica de “enrijecer” a parede abdominal)
para ter um tronco estável ao realizar tarefas, com cargas pesadas
principalmente. Vejo muito uma combinação
de respiração diafragmática (aumentando a pressão intra-abdominal, como um
balão cheio de ar) + a técnica de bracing. O resultado (ao menos empiricamente)
é um tronco estável e apto a receber carga.
- A menos que haja alguma questão
específica, treinar o transverso é algo que não deveria nos preocupar.
Multífidos:
Função Primária: Estabilização segmentar (entre os segmentos vertebrais), propriocepção espinhal.
Função Primária: Estabilização segmentar (entre os segmentos vertebrais), propriocepção espinhal.
Implicações:
- Similar ao transverso abdominal, abordado anteriormente, em casos de dor lombar tendem a estar inibidos ou com atraso de ativação.
- A função proprioceptiva, talvez seja a mais importante, informando ao sistema nervoso central o que está ocorrendo na coluna.
- A função proprioceptiva, talvez seja a mais importante, informando ao sistema nervoso central o que está ocorrendo na coluna.
Implicações:
- Tendem a estar fracos e com comprimento
muscular maior do que o normal (“alongado”) devido à anteversão pélvica.
- Fraqueza/inibição, leva a uma série de
problemas: estiramentos de adutores e isquiotibiais (estes 2 problemas
provavelmente ocorrem devido a uma dominância dos sinergistas, os auxiliares, na extensão
do quadril. O velho caso de: Se o Chefe-glúteo não faz seu trabalho os
Auxiliares-isquiotibiais-ou-adutores tomam a tarefa para si, e sobrecarregados
tendem a sofrer lesões). Dores lombares podem ter relação com fraqueza/inibição
do glúteo máximo (de novo, se o glúteo não faz o trabalho, provavelmente a
quantidade de extensão lombar aumenta em uma tentativa de compensar).
- Não basta somente ativar os músculos
(com progressões de pontes ou progressões em 4 apoios), estes músculos precisam
ser mais fortes também.
- Relação com a síndrome do deslizamento
anterior da cabeça femoral (impacto anterior no quadril). O glúteo, por ter
inserção direta no fêmur, tem papel importante em manter a cabeça do fêmur
contra o acetábulo, controlando uma rotação apropriada na articulação (um eixo
de rotação correto e equilibrado), puxando a cabeça do fêmur posteriormente. Se
por exemplo os isquiotibiais assumem o trabalho principal na extensão do
quadril, a alavanca produzida por eles faz com haja uma translação anterior da
cabeça do fêmur = impacto anterior no quadril = dor anterior no quadril (Essa é
uma teoria da fisioterapeuta Shirley Sahrmann, sugiro a leitura de seu livro: Diagnoses and Treatment of Movement Impairment Syndromes).
Espero não demorar tanto tempo para publicar a próxima...
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