domingo, 2 de janeiro de 2011

Função versus Anatomia

Como prometido vou postar um pequeno trecho do grande livro de Gray Cook.

Ao longo dos meses vou postando mais trechos.
Abraços.



Função X Anatomia
Gray Cook


Esta é uma abordagem funcional para o movimento, ao invés de uma abordagem anatômica. Uma abordagem anatômica segue a cinesiologia básica e é frequentemente complicada por pressupostos em isolamento.

Nós entendemos estes pressupostos.
Por exemplo: Se a extensão do joelho é menor do que a ideal em alguns padrões de movimento, nós podemos programar exercícios com foco nos extensores de joelho, dando atenção isolada para restaurar a função de extensão do joelho.

Uma vez restaurada, ela irá automaticamente ser incorporada à falta do padrão de movimento. Isto é cinesiologia básica; é clara e lógica.


Mas o que é básico a respeito do movimento? Movimento é variado e complexo. Uma abordagem cinesiológica básica ao problema de extensão do joelho falha em muitos níveis como demonstrado pela ciência do crescimento e desenvolvimento humano. Nossas observações simplistas podem nos induzir ao erro com soluções convenientes.

● O que era visto como fraqueza muscular pode ser uma inibição muscular.

● A fraqueza em um motor primário pode ser o resultado de um estabilizador disfuncional.

● Função reduzida em um agonista pode significar problemas no antagonista.

● O que vemos como rigidez muscular, pode ser um tônus muscular de proteção, protegendo um músculo com coordenação inadequada (N.T: partindo do pressuposto de que se um músculo ou grupo de músculos não é capaz de controlar de maneira adequada uma articulação ou grupo de articulações, o sistema nervoso central reduz a amplitude de movimento a um mínimo controlável. Sendo muitas vezes confundido com rigidez ou encurtamento muscular.).

● O que vemos como técnica inadequada pode ser a única opção para o indivíduo desempenhar exercícios mal selecionados.

● O que vemos como falta de condicionamento físico pode ser a demanda metabólica extra produzida por uma coordenação neuromuscular inferior e comportamento compensatório.

Fortalecimento, alongamento, treinamento extra e mais exercício não corrigirão estes problemas. Tomar decisões com base em observações superficiais é o equivalente médico a tratar os sintomas e não a causa.

Muitos profissionais compreendem o conceito de função e ainda insistem em uma abordagem anatômica do exercício, treinando partes do corpo ao invés de padrões de movimento. Ao final deste livro, você saberá como focar em padrões do movimento, deixando as partes do corpo desenvolverem-se naturalmente, ao invés de focar em partes do corpo e esperar que padrões de movimento naturais surjam espontaneamente.

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