sábado, 11 de junho de 2022

Frans Bosch: Aprendizado Intrínseco e Entendendo Atratores – Parte 2

Essa é a continuação da adaptação de uma entrevista feita por Martin Bingisser do site HMMR Media com Frans Bosch, preparador físico holandês que tem trazido novas ideias nos últimos anos para o campo da preparação física.

A conversa gira em torno dos conceitos abordados por ele em seu último livro: Anatomy of Agility: movement analysis in sport.


Aos que não leram a parte 1: Frans Bosch: Agilidade, Percepção e Entendendo Erros – Parte 1.

 

Frans Bosch: Aprendizado Intrínseco e Entendendo Atratores – Parte 2

Martin Bingisser

 

Na primeira parte falamos sobre o papel da percepção na agilidade, como eliminar erros, desenvolver atletas independentes e quantificar progresso. A seguir continuaremos a conversa com alguns outros tópicos: Atratores de agilidade, conectar o treino ao contexto e como isso impacta outros conceitos gerais do treinamento. 


Entendendo atratores

Martin: Como você costuma dizer, os atratores transferem, flutuações não. Penso que muitos preparadores físicos podem concordar, mas têm problemas em ver como isso parece na prática, uma vez que não encontramos muito atratores profundos reais. Como você mencionou recentemente, a preparação física é muito influenciada por áreas que não tem um foco inerente no movimento: Fisiculturismo, powerlifting, etc. 

Também é fortemente influenciada pelo atletismo. Embora o movimento seja fundamental em suas diferentes modalidades, ele é realizado em um ambiente altamente controlado, com poucas flutuações. Você também vem do atletismo. Consegue enxergar as flutuações de modo diferente agora que trabalha com esportes com mais flutuações?

(N.T: Frans Bosch tem trabalhado com futebol e rúgbi).

Bosch: Se você tem os atratores no lugar, torna o corpo mais simples. Se não tem, os Graus de Liberdade estão abertos e o corpo se torna complicado.

N.T: Farei um aparte no artigo para desenvolver um pouco o que são Graus de Liberdade. Vem do inglês Degress of Freedom: São possibilidades de movimento (neste contexto, existem outros na física e na estatística). Trajetórias de movimento.

Esses graus de liberdade estão diretamente ligados a um grau de controle, que por si está ligado à capacidade de co-contração do indivíduo.

A co-contração fornece a base do controle dos graus de liberdade:

  • Problema dos graus de liberdade (problema de trajetória).
  • Como utilizar a melhor trajetória.
  • A trajetória será selecionada por co-contração.
  • A trajetória será estável.

Sendo uma trajetória estável, essa trajetória escolhida para a realização do movimento (e desenvolvida através do processo de aprendizagem) será o estado atrator.

Um exemplo mais fácil é o dos Graus de Liberdade elementares que aprendemos nas aulas de cinesiologia – dentro dos 3 planos de movimento clássicos da cinesiologia: Sagital – Frontal – Transverso.

Dentro dos 3 planos temos 6 graus de liberdade elementares (embora nos livros se considerem 3):

- Flexão/extensão.

- Adução/abdução.

- Rotação externa/interna.

PORÉM, nenhum movimento do mundo real ocorre nos graus de liberdade elementares. Controlar os graus de liberdade elementares não é suficiente para controlar os graus de liberdade do mundo real. Por isso não se usa dentro de treinamento que tem por base as teorias derivadas dos Sistemas Complexos a ideia de puxar, empurrar, dominante de quadril, de joelho, etc. Por esse último ser um tipo de trabalho que visa aos graus de liberdade elementares.

Então, simplificando um pouco:

⇒ Os Graus de liberdade (as diferentes trajetórias, possibilidades de movimento) são controlados pelos Atratores (estados estáveis).

⇒ Lembrando que o papel das Flutuações (que variam com o contexto) é gerar adaptação ao sistema de movimento.

Existe uma razão para tentar tornar o corpo simples O ambiente é muito caótico: Não se pode ter um corpo e um ambiente caóticos ao mesmo tempo.

Se eu quero tornar meus atratores mais profundos e sólidos, preciso fazer isso em um ambiente que é mais caótico. Se o ambiente não está desafiando a complexidade do corpo, irei adicionar uma boa quantidade de caos e ver se ele consegue controlar. De outra forma, o corpo nunca irá aprender a ser mais simples.

Temos esse problema no atletismo: Não temos um ambiente caótico o suficiente.

Então adicionamos coisas que fazem com que todo sistema e o contexto se tornem mais caóticos, então o corpo terá de se tornar mais simples.

Isso é algo que se nota imediatamente na comparação do atletismo com o rúgbi. Jogadores de rúgbi tendem a ter melhor rigidez de tornozelo. Por quê? Porque jogam em uma superfície mais irregular (N.T: Em comparação com o atletismo) e tem de fazer com que o corpo seja mais simples, isso nesse caso significa um tornozelo mais rígido que não irá colapsar.

(N.T: O colapsar se refere a fazer uma dorsiflexão de tornozelo o que, na visão exposta aqui, é muito ruim. Essa é uma visão diretamente oposta à da necessidade de mobilidade de tornozelo).

Se quisermos fazer a mesma coisa com atletas de pista, temos de coloca-los em ambientes que tenham um pouco mais de caos. Estou cada vez menos convicto que podemos tornar o corpo mais simples e com atratores mais profundos trabalhando em um ambiente simplista e monótono como o do atletismo. 

[N.T: Abaixo temos uma "landscape" de atratores e flutuações, mencionada no artigo anterior. Ela ilustra a fala de Bosch de aprofundar atratores, ou seja, tornar certos comportamentos desejados cada vez mais estáveis. A figura, maior, de cima mostra exatamente isso: Com o tempo os atratores vão se aprofundando.
A figura logo abaixo da maior é só um recorte que fiz, nomeando os poços de atrator (A) e o que é flutuação (F)].


Martin: Isso é exatamente o que vejo no arremesso de martelo (N.T: Martin Bingisser trabalha com essa modalidade). É um ambiente muito controlado em que raramente tentamos adicionar caos. Como resultado, os atratores não são muito profundos.

Bosch: O mesmo vale para o arremesso no beisebol. Se você não tornar o ambiente mais caótico, pode esquecer qualquer melhora uma vez que o corpo não estará interessado.


Martin: No capítulo 5 do livro você divide os atratores de agilidade em vários grupos:

  • Atratores de manutenção do comprimento muscular ótimo;
  • Atratores baseados em reflexos;
  • Atratores do tronco.

Como os profissionais podem determinar qual grupo é mais importante para seus atletas?

Bosch: Essa é uma divisão artificial em subcategorias. O corpo provavelmente não liga para isso. O principal é analisar quais são as principais deficiências, para isso é necessário voltar à capacidade de aprendizado intrínseco do esporte em questão.

Se você analisar o controle do tronco com boas co-contrações e o “Peito para fora na rotação” quando se joga tênis, verá que o próprio esporte já fornece isso, uma vez que quando se flexiona a coluna fica difícil atingir a bola.

(N.T: A tenista está com a coluna ereta, os quadris apontando para frente e o tronco rodado para direita a fim de atingir a bola, essa é a visualização do atrator chamado “Peito para fora na rotação” / “Chest out when you rotate” em inglês. O que Bosch quer dizer é que naturalmente tenistas exibem esse atrator, é intrínseco ao esporte. A expressão que ele usou, que alterei na adaptação, foi: O esporte lhe dá isso de graça).

No tênis não haverá grande dificuldade de trabalhar isso, ao contrário de outros esportes como o futebol. Nele encontraremos poucos jogadores com um controle perfeito do tronco. Normalmente os braços estão por toda parte e o esporte em si não ensina de forma intrínseca um bom controle do tronco.

Com jogadores de futebol eu trabalho mais o controle do tronco e da parte superior do corpo, porque muitas vezes o jogador corre em uma direção e chuta a gol em uma outra direção (e deve ser preciso para acertar o gol). Se ele tem um bom controle do tronco, então terá um bom controle da pelve e, portanto, precisão no chute (N.T: Em tese, ao meu ver). Então onde está a ênfase no treinamento dos atratores depende muito do esporte em si.

(N.T: Abaixo uma imagem que ilustra onde entra o atrator “Peito para fora na rotação” no futebol. O jogador que irá receber o passe está correndo para frente, então seus quadris apontam para frente, mas ele tem de olhar para trás para ter uma noção da velocidade e direção da bola e de como ela vem, rasteira, quicando, etc. A melhor maneira de fazer isso é rodando o tronco para fora – Peito para fora na rotação – enquanto os quadris continuam apontando para a frente, afinal ele está correndo. Sem isso, ele seria obrigado a se deslocar de lado, um padrão de movimento muito mais lento).


(N.T: O vídeo abaixo mostra alguns atratores, na Escala Intermuscular e Escala de Padrão Intencional de Movimento com a finalidade de demonstrar que atratores são universais, não dependem de uma modalidade esportiva).


Martin: Você também discute diferentes variáveis que usa para trabalhar as co-contrações. As variáveis chave são os 3 P:

  • Pressão de tempo;
  • Pré-tensionamento;
  • Perturbações.

A variável que será enfatizada no treinamento depende da necessidade. Um jogador de tênis pode necessitar um menor foco em Pré-tensionamento e mais em Perturbações para ajudar nas co-contrações. Você poderia dar um exemplo de uso de uma em detrimento de outra abordagem?

Bosch: Novamente, se o esporte em si tem bastante Pressão de tempo (N.T: Como o basquete), então se pode poupar tempo de treinamento treinando outra abordagem, como Perturbações. Mas se o esporte tem muita Perturbação por natureza (N.T: Como o surfe) e não muita Pressão de tempo, adicione Pressão de tempo no treinamento.  



Eu diria que a qualidade de aprendizado ao usar as 3 possibilidades depende de quanto já foi usada antes. Se o indivíduo usa muito pela natureza do esporte e do treinamento, então o benefício será menor do que quando representa um novo estímulo. De novo, é necessário equilibrar isso um pouco.

Se você observar o número de padrões de movimento existentes no tênis, obviamente são menores do que no futebol ou rúgbi. Então, se esse é o caso e já existe bastante Pressão de tempo nesse número limitado de padrões de movimento, talvez adicionando Perturbação a fim de fornecer um novo estímulo faça com que os atratores se tornem mais profundos. Essa seria minha abordagem em relação a essas coisas.

(N.T: A abordagem de Bosch vai na contramão do que vemos em muitos esportes, tomemos o surfe como exemplo. É comum os profissionais adicionarem muita Perturbação aos exercícios em terra, isso em um esporte onde esse elemento está naturalmente presente).



Trazendo o movimento de volta ao esporte

Martin: Ouvindo suas respostas percebo que é preciso observar o esporte, ver o que está faltando e colocar o foco nisso. Então, nesse aspecto, você se afasta do esporte. Em que ponto, se é que o faz, você vai ao encontro do esporte? Na pré-temporada da Seleção Galesa de Rúgbi, você tinha períodos tão curtos com seus atletas que muitas vezes apenas tentava isolar o que estava faltando no esporte. Se tivesse mais tempo, teria tentado juntar tudo?

Bosch: Penso que existe um grande ponto nisso. Na verdade foi o que fizemos na Seleção Japonesa de Rúgbi (N.T: Bosch colaborou na preparação física com o americano John Pryor).

➤ Primeiro tínhamos 7-8 minutos trabalhando nos atratores básicos: Hip lock ou algum outro.

(N.T: Simplificando muito, o Hip lock é uma co-contração ao redor do quadril da perna de apoio. A imagem ilustrativa abaixo é de um dos livros de Frans Bosch).


➤ Depois 7-8 minutos em que os aplicávamos (os atratores) em situações mais específicas do rúgbi e situações de habilidades fechadas (N.T: Closed skills): Como provocar o Hip lock na recepção do passe e recepção do passe em alta velocidade.

➤ Então 7-15 minutos de situações de jogo onde isso deveria ser aplicado.

Acho essa abordagem extremamente valiosa.

(N.T Abaixo a imagem mostra uma recepção de passe em alta velocidade. O Hip lock, uma co-contração ao redor do quadril da perna de apoio, embora na imagem o pé de apoio já tenha deixado o solo, é mais difícil de ver. O mais aparente para visualização é o, já mencionado, Peito para fora na rotação: Quadril aponta para frente enquanto o tronco roda).


O que se vê muito é que os profissionais não aderem à alta intensidade e pressão de tempo no exercício inicial, como o trabalho no atrator Hip lock que usei como exemplo. Quando você faz um exercício de troca de passes de forma lenta, onde se tem todo o tempo do mundo, imediatamente há um colapso no padrão de movimento.

(N.T: Aqui há um ponto importante sobre atratores em geral, mas em que usarei o Hip lock como exemplo. Um Hip lock, ou qualquer outro atrator, não é uma entidade biomecânica, uma postura, que pode ser reproduzida de qualquer forma para que se incorpore no que se quer melhorar.

É preciso que o contexto exija o surgimento do padrão, o Hip lock não irá se manifestar em um contexto de baixa intensidade. O corpo não irá produzir uma forte co-contração de todos os músculos ao redor do quadril da perna de apoio em uma caminhada ou trote. Ele irá sim fazê-lo em uma corrida em alta velocidade, como resposta às fortes forças externas a que está sendo submetido Essas forças externas precisam ser reproduzidas no treinamento).

Então permaneça dentro desses elementos e adicione mais estímulo a eles, estímulos reativos e de tomada de decisão. Então o sistema começa a entender se isso torna o corpo mais simples, deixando mais capacidade para a tomada de decisão. Ele pode escanear e perceber o ambiente, tomar decisões e entender o plano de jogo.


Martin: Leigh Egger (N.T: Fisioterapeuta do Feyenoord da Holanda) nos visitou ano passado e deixou várias ideias a respeito da implementação de algumas de suas ideias. Por exemplo, estávamos fazendo alguns exercícios na parede para a saída dos dedos no solo na corrida com meus atletas de rúgbi.

(N.T: Toe-off into the wall em inglês, uma das inúmeras variações pode ser vista no vídeo abaixo)

Ele recomendou combina-los com algumas variações de sprint imediatamente após cada série. Isso realmente ajudou o atleta a colocar aquele atrator trabalhado em um contexto do esporte. 

Bosch: O corpo tem uma boa capacidade de adquirir uma visão geral do movimento. Diga ao atleta para usar a sensação daquele exercício na parede com o aquabag e tentar colocar na aceleração. 

(N.T: O aquabag é um cilindro de plástico enchido com água que cria uma resistência variável, já que a água se move ao nos movimentarmos e pode ser visto na imagem abaixo. Frans Bosch emprega esse elemento em algumas variações de exercício onde, após diferentes movimentações, o indivíduo empurra o implemento contra a parede, mas não consegui achar nenhuma imagem ou vídeo mostrando).


Eles percebem alguma incompatibilidade? O corpo não consegue comparar certos ângulos, mas consegue perceber o movimento geral e isso é valioso para o aprendizado.

Martin: Mais uma razão pela qual os preparadores físicos têm de entrar no campo. Trabalhar em ambientes isolados irá provavelmente levar a resultados isolados e possibilitar menos transferência para o esporte.

Bosch: Em qualquer esporte que é complicado em termos de padrões motores, a qualidade do que o preparador físico faz depende do quanto ele sabe vincular o seu trabalho com o treino técnico.


Conceitos gerais de treinamento 

Martin: Devido à magnitude de forças impostas ao corpo durante tarefas de mudanças de direção, você vê um papel de maior destaque para o treinamento de força clássico no desenvolvimento da agilidade do que no de, digamos, velocistas?

Bosch: Na verdade não; Não vejo porque algum praticante de esporte que requer agilidade deva fazer mais treino de força convencional do que um velocista. Apenas vejo que a ênfase é um pouco diferente.

Para um jogador de futebol ou rúgbi, ou algum outro esporte em que se deve ser muito ágil no campo, o tronco está sob muito mais pressão, já que se trabalha em posições com uma rotação muito maior na comparação a um velocista. Isso é algo que não se obtém no treino de força clássico; é necessário algo que forneça forças de pico naqueles ângulos e rotações. 


Um velocista obviamente é mais dependente de uma “taxa de desenvolvimento de força” mais rápida na comparação com atletas de futebol ou rúgbi.

(N.T: "Taxa de desenvolvimento de força" é a quantidade de força que pode ser gerada em uma unidade de tempo).

Essa pode ser uma razão para que o velocista também tenha cuidado com o treino de força clássico, porque isso pode ter um efeito adverso na taxa de desenvolvimento de força em uma resistência externa relativamente baixa.

Por exemplo, o componente horizontal da força de reação do solo é pequeno e dificilmente há algo contra o que empurrar, uma vez que o solo está se movendo muito rápido sob os pés do indivíduo. Provavelmente existe um prejuízo em produzir esse componente (horizontal) em um tempo muito curto se o indivíduo estiver fazendo um treino de força pesado além da conta.

(N.T: Na imagem, do lendário velocista Carl Lewis, está uma representação das forças imprimidas por ele no solo em cores mais fortes e das forças de reação do solo em cores desvanecidas. Os componentes vertical e horizontal estão em cinza e a resultante em vermelho, já que o componente horizontal é menor, foi representado por uma seta mais curta.

Bosch expõe a preocupação de que se treinarmos com altas cargas externas, a capacidade de imprimir força ao solo em um curto espaço de tempo fique prejudicada. Ou seja, que se aumente o tempo de contato do velocista com o solo, tornando-o mais lento).

Eu não acho que você possa encontrar mais motivos para um ou outro fazer o treinamento de força clássico. Penso que depende muito mais do indivíduo.

 

Martin: Essa pode não ser uma pergunta muita justa, mas, hipoteticamente, se você tivesse de prescrever um treino de 15 minutos para atletas de várias modalidades diferentes, qual seria o conteúdo, baseado em sua extensa experiência e viagens pelo mundo?

Bosch: Essa é uma pergunta de m... mas quem sabe eu possa tirar algo de útil dela. Uma das coisas que declarei em meu livro é que a especificidade sensorial é provavelmente muito mais restritiva do que a motora.

Em nível de informação sensorial, especialmente do ambiente, existem barreiras mais altas entre os diferentes tipos de informação que se pode obter. Quanto maior a complexidade da informação sensorial requerida, maiores as barreiras. Portanto, é necessário ficar dentro de uma configuração específica.

Acho que o melhor exemplo é o beisebol:

Compare como um rebatedor e um arremessador devem treinar. A informação sensorial para o arremessador é bem simples: A luva do receptador é onde a bola precisa ir.


Não é um grande problema para o departamento sensorial e se pode variar muito mais no treinamento. Estranhamente, arremessadores não variam o suficiente.

Vejamos os rebatedores: A maior restrição são essas barreiras na informação sensorial, porque um arremesso de 136 km/h não prepara para um de 152 km/h, uma vez que é preciso ler uma informação sensorial diferente antes da bola ser lançada. Isso significa que no treinamento de rebatedores você não pode desviar muito do contexto sem arriscar perder a relevância.


O interessante é que arremessadores não colocam suficiente variação em seu treinamento e rebatedores variam muito. Atirar uma bola detrás de uma tela (N.T: De arame, o vídeo abaixo dá uma ideia do que é) é completamente irrelevante no treino de rebatedores.


Se voltarmos ao ciclo ação/percepção/percepção/ação veremos que a ação que é realizada dentro de uma gaiola de rebatida torna-se completamente irrelevante na comparação com o jogo.


Portanto, eu diria que a primeira coisa que analiso quando vejo um atleta treinando para qualquer esporte é: O quanto do que é realizado no treino faz com que se perca o contexto do esporte em questão.


Artigo original: Frans Bosch on intrinsic learning and understanding attractors 

Nenhum comentário:

Postar um comentário