segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Princípios do Movimento - Número 4

Mais um capítulo da série princípios do movimento com a generosa contribuição do meu amigo César Silva, para aqueles que não leram os 3 primeiros capítulos, não deixem de fazê-lo (Princípio do Movimento #1, Princípio do Movimento #2Princípio do Movimento #3).
Boa leitura a todos!

Princípios do Movimento #4
Gray Cook

PRINCÍPIO 4:

“Aprendizagem e reaprendizagem do movimento tem hierarquias que são fundamentais para o desenvolvimento da percepção e do comportamento motor.”

A progressão natural na aprendizagem do movimento começa com a mobilidade. Isto significa que movimentos irrestritos são necessários para uma clara percepção e comportamento através do controle motor. Pode ser irreal esperar um retorno total de mobilidade em alguns clientes e pacientes, mas alguma melhora é necessária para mudar a percepção e aumentar a entrada de informações.

Movimentos ativos demonstram controle básico e são seguidos de estabilização estática sob carga, seguido por estabilização dinâmica sob carga.
A partir desse quadro, nossa liberdade de movimentos e padrões de movimentos controlados são desenvolvidos por transições na postura e posição, manutenção da postura, locomoção e manipulação de objetos.

Esta hierarquia, à primeira vista, faz muito sentido para a maioria das pessoas. No entanto, quando andamos por aí para fazer o que fazemos, nem sempre seguimos essas regras. Muitos de meus contemporâneos têm publicado artigos ou capítulos de livros falando sobre estabilização. São bons materiais e dizem as mesmas coisas que eu digo sobre estabilização estática, dinâmica e controle motor.

No entanto, eu acho que um erro que eles cometem é que não posicionam seu comunicado. As pessoas podem escrever um artigo ou desenvolver um programa baseados na estabilização do tronco ou do “core” e nunca colocam um asterisco. 

Nós estamos supondo que a mobilidade da coluna torácica, do quadril, dos tornozelos e ombros são adequados e simétricos. Se o seu alvo é a estabilização e o controle motor, primeiro tente maximizar a mobilidade e simetria disponíveis dentro do sistema. Caso contrário, você estará permitindo que o sistema compense, reduzindo portanto a eficácia do programa de estabilidade.

Eu não acho que esses colegas ou contemporâneos estão efetivamente deixando de considerar a mobilidade. Eu acho que eles assumem que as maiorias das pessoas mais competentes estão fazendo isso. Eu odeio dizer isso, mas eu não acho que estamos. Nós precisamos de uma lista de controle sistemática para saber se a mobilidade está sendo administrada. Ela tem sido administrada, atingiu um patamar ou não pode ser melhorada....aí então atacamos na estabilidade.

Quase toda janela para uma melhor propriocepção vem através de uma maior amplitude de movimento ou uma mais alta, mais complexa posição, em que você tenta estabilizar.

Portanto, a mobilidade vem em primeiro lugar. Isso não é uma regra do Gray Cook, é a lei da natureza. As crianças não nascem rígidas e então trabalham sua flexibilidade durante seis meses. As crianças praticamente nascem com a máxima flexibilidade mas sem controle, então, eles adquirem estabilização (N.T: Através de tentativa e erro, na medida em que vão progredindo na maturação motora, através de transições nas posturas na tentaiva de explorar o ambiente que as cerca).

Quando nossos clientes, atletas e pacientes trabalham conosco, eles têm restrições, histórias passadas, lesões, colisões e contusões. No entanto, isso não significa que nós, cegamente, devamos focar direto no condicionamento ou na estabilização. 

Nós devemos primeiramente voltar um pouco e focar na mobilidade. A razão para fazermos isso é porque  a percepção comanda o comportamento motor. Nós podemos mudar a mobilidade rapidamente, sem um monte de programação complexa, então porque nós não fazemos isso?



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