quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Princípios do Movimento - Número 2

Seguimos com os princípios do movimento, ainda contando com a valiosa contribuição do amigo Prof. César Silva, que foi quem traduziu novamente o texto.
Como de costume, inseri alguns vídeos e figuras que não constavam no texto original para fins de facilitar a compreensão de algumas coisas.
 Boa leitura aos amigos!

Princípios do Movimento #2
Gray Cook


PRINCÍPIO 2: “ O ponto de partida para a aprendizagem do movimento são parâmetros reprodutíveis de movimentos.”

Profissionais que trabalham com reabilitação física, atividade física ou com atletas, devem adotar abordagens sistemáticas que transcendem a especialização profissional e a especificidade da atividade. Profissões que lidam com movimento, precisam criar critérios para padrões de movimento. O livro “Movement” desenvolve dois sistemas que, usando a lógica, analisam e classificam o movimento utilizando padrões de movimentos fundamentais.

Todos nós praticamos movimentos em diferentes contextos. DEUS abençoe os locais onde se treinam kettlebells, pilates, ioga, campos de treinamento militar, treinamento esportivo, competições do homem mais forte do mundo, lutas, ginática, dança e etc...

Aprendemos e praticamos movimentos através de muitas metodologias diferentes, mas os movimentos não servem a essas metodologias, essas metodologias que servem aos movimentos. Posso enxergar como cada uma dessas disciplinas, e ainda mais algumas que não estão no texto, ainda poderiam concordar em um parâmetro para os movimentos.
Um parâmetro para o movimento, apenas cria uma fundação, uma base. O que quero dizer quando falo “uma base”? Não me refiro ao treinamento de força, resistência ou habilidade. Uma base para o movimento demonstra que você tem uma percepção adequada e uma capacidade para esse comportamento. Isso significa que você pode sentir o que está acontecendo do lado de fora durante o movimento e fazer internamente o que é necessário. Quando eu falo sobre uma base para o movimento, eu estou falando sobre alinhamento, mobilidade, estabilidade e propriocepção funcional. O que eu estou realmente dizendo, é que o seu sistema fundamental de movimento tem a capacidade de aprender.

Se notamos deficiências, disfunções, assimetrias, problemas de mobilidade, de controle motor, de estabilidade ou de equilíbrio, realmente não devemos esperar que uma rotina de treinos de pilates possa arbitrariamente resolver o problema. Pode ser que sim, ou talvez não. Você pode estar esperando que isto irá funcionar, ou que Turkish Get Ups, treinamento de força ou um pouco mais de aeróbicos possam resolver o problema, mas você não definiu claramente ainda qual é o problema.

Turkish Get Up

É muito importante para mim que embora tenhamos vindo de movimentos a partir de diferentes disciplinas, com diferentes habilidades e metodologias, ao menos devemos chegar a um acordo sobre os fundamentos e os princípios básicos de abertura das vias sensoriais, garantindo que as vias motoras funcionem.
Existem muitos tipos diferentes de elementos químicos, mas todos estão na mesma tabela periódica de elementos.
Todos que trabalham com mecânica de motores concordam com os princípios de combustão interna dos motores ainda que uns defendam a Toyota, enquanto outros defendam a GM.
Diferentes disciplinas ainda podem ter os mesmos parâmetros fundamentais. É muito engraçado que, quando falamos em fitness, desempenho atlético e treinamento, por alguma razão nós inventamos testes que sustentam e suportam a nossa área, mas que não podem criar semelhanças fundamentais.


Acredite ou não, muitas das técnicas de treinamento físico que nós utilizamos com jogadores da NFL (N.T: Liga Profissional de Futebol Americano), são usadas na clínica com pessoas com artroplastia total do joelho e vice-versa (N.T: artroplastia total, é a substituição do joelho acometido por uma artrose degenerativa por uma prótese).

Muitas das coisas que falamos no RKC (N.T: Certificação de instrutores de kettebells, emitida pela empresa do russo radicado nos EUA Pavel Tsatsouline) desde o Turkish Get Up até o Arm Bar (N.T: conhecido no Brasil como chave de braço), eu tenho utilizado em terapias no tratamento do pescoço, em tempo e local apropriado.

Kettlebell Armbar

Eu não estou preso em apenas um exercício ou apenas uma modalidade.
Eu vejo exercícios e movimento como um lindo continuum que começa com uma criança aprendendo a rolar e acaba com alguém ganhando o ouro olímpico nos 100 metros rasos. Tudo envolvido requer uma melhor entrada de informação sensorial, melhores vias neurais de comando motor e melhores comandos para padrões de movimentos.

Este segundo princípio é minha maneira de dizer: “Faça o que você faz. Se especialize no que você quer se especializar.” No entanto, se não podemos todos concordar que alguns alicerces fundamentais precisam estar no lugar antes de construir um prédio para a nossa área do movimento, estaremos perdendo o foco. Temos muito mais áreas comuns do que pensamos que temos e precisamos reconhecer isso.







4 comentários:

  1. Prof. Ft. Zadro Monteiro12 de agosto de 2012 às 14:09

    Mais uma grande série. Parabéns Marcão !

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  2. Obrigado Luiz, mas o César Silva lá de Bragança Paulista é que tem feito boa parte do trabalho.
    Fico satisfeito que o pessoal está gostando.
    Abraço ao amigo.

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